sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Iporá Goiás- DIA DE FINADOS, O SENTIDO DE CELEBRAR OS FIÉIS DEFUNTOS.


Rezar pelos mortos “É UM PENSAMENTO SANTO E SALUTAR ORAR PELOS MORTOS, PARA QUE SEJAM LIVRES DOS SEUS PECADOS”. II Mac. 12,46.

02 de novembro em Iporá Goiás, como em todas as cidades do Brasil foi um dia de muita movimentação nos cemitérios por ocasião do dia de finados, feriado nacional.
Nos cemitérios Dom Bosco e São João Batista a igreja Católica com o apoio da prefeitura, montou uma estrutura para um dia todo de oração em comemoração de todos os fiéis defuntos. Mas qual o sentido de dar atenção a quem não está mais fisicamente entre nós?
O assunto é divergente entre os Cristãos, mas pelo menos desperta a atenção de todos, já que espíritas e evangélicos também comparecem nos cemitérios nesse dia.

A igreja Católica fez presença das 7h às 18h, intercalando os momentos entre missas, devoção popular (reza do terço e ofícios das comunidades), recebendo a todos e contribuindo para o alívio do sofrimento com a ausência de um ente querido. O médico, Padre Pablo, pároco da Paróquia Paulo VI (antiga Cristo Libertador), além de presidir as missas deu plantão para assistir aos fiéis com confissões e mesmo para uma conversa, para esclarecer dúvidas. Padre Pablo disse em entrevista às rádios que as almas que estão no purgatório precisam de nossa oração, e citou referencias bíblicas que dá sentido a essa fé, caso de Macabeus, carta de Paulo entre outras que nos orientam a rezar pelas almas. Jo 6, 37-40: “A Vontade do Pai é que eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu, mas os ressuscite no último dia”. O nosso Deus é o Deus dos vivos (Mt 22,32), Aquele que em Jesus nos ressuscitará pelo seu poder (1 Cor 6,14).

Da paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, o pároco, psicólogo, Padre Célio Amaro e o vigário Paroquial Padre Melquíades assistiram a comunidade no cemitério Dom Bosco.
Padre Célio disse na rádio que rezar pelos mortos é rezar pelos que já faleceram e despertar em todos os que estão vivos um cuidado com a vida.

Palavra do Bispo

Bispo da diocese de São Luís de Montes Belos , Dom Carmelo Scampa, está internado em Goiânia, onde recupera de uma cirurgia no olho, participou nas rádios de Iporá e na entrevista às rádios Rio Claro AM e Felicidade FM  esclareceu o ponto de vista católico. 

Eis a transcrição de parte da entrevista.


Disse dom Carmelo que a igreja quer com o dia de finados reafirmar em primeiro lugar o seu creio, CREIO NA COMUNHÃO DOS SANTOS. Não há separação entre os vivos e os mortos, há simplesmente uma mudança de condição, de existência, porque em Cristo que nos resgatou através de sua morte e ressurreição nós somos vivos. Jesus Cristo é ontem, hoje e sempre, e Deus, como está escrito na Bíblia, é o Deus de Abraão, de Isac e de Jacó, não é um Deus dos mortos mas dos vivos e o dia de finados vem nos ajudar a recuperar em nossas convicções, em nossa vivencia a verdade da comunhão dos Santos. Ai podemos perceber o sentido da oração aos fiéis defuntos.
Estamos em comunhão, alguns de nossos irmãos já vivem definitivamente com Deus, outros experimentam uma passagem, o período de purificação que chamamos de purgatório. Nossa oração a eles, ajudam nesse processo, explicou o bispo, ajuda os mortos, daí o sentido de acelerar a transformação interior, a purificação interior para a entrada definitiva no reino da luz, na paz definitiva.
A leitura do livro dos Macabeus ajuda a lembrar isso; O sacrifício que Judas Macabeus manda fazer em Jerusalém para que os pecados daqueles que tinham tombado na batalha, porque no lugar de acreditar no Deus de Israel se entregaram aos ídolos, para que os pecados fossem perdoados mandou celebrar um sacrifício em Jerusalém.
O Dia de Finados revela uma verdade que estamos perdendo de vista: a Ressurreição, o mundo futuro, nós estamos romeiros nessa terra, caminhando, na penumbra da fé como diz a carta aos Hebreus, pressurosos para alcançar uma cidade definitiva e permanente que acontecerá com a nossa ressurreição. Temos a necessidade de aprofundar mais a realidade eterna, o nosso destino que é a ressurreição, a vida em plenitude com Deus.
Também esse dia de finados tem a finalidade de satisfazer o afeto, a gratidão para quem caminhou conosco e nós com eles e que não estão mais conosco. É um dever do coração não esquecer quem caminhou, quem fez parte de nossa vida. Se a memória cancela tantas lembranças, nos faz esquecer tantas coisas, o afeto não nos deixa esquecer quem nos amou e a quem nos amamos. No coração de cada um estão vivos aqueles que nos chamamos de defuntos fazer memória.