sexta-feira, 24 de outubro de 2025

O caminho da paz inteligente

 

O caminho da paz inteligente


Há muito tempo estamos nos tornando estranhos uns aos outros. O que antes era implícito, agora se tornou explícito. A recente fala do presidente norte-americano, Donald Trump, ao defender o assassinato de suspeitos de tráfico de drogas, é um exemplo claro dessa mudança.
De fato, é compreensível a revolta contra o crime das drogas — ele destrói famílias, corrói comunidades inteiras e compromete o futuro de jovens. É urgente agir de forma firme contra quem lucra com o vício alheio. No entanto, anunciar a morte de suspeitos não é o caminho. Essa postura evidencia não apenas a fragilidade das ações preventivas, mas também a ausência de diálogo entre as nações e de uma verdadeira vontade de construir a paz.

Pouco se questiona essa fala, talvez porque venha de alguém que parece estar acima de todos os limites, como se fosse imune a qualquer julgamento. É inegável que Trump, assim como outros líderes mundiais, tem razão ao se opor a regimes ditatoriais e ao buscar soluções para conflitos como os da Faixa de Gaza e da Ucrânia. No entanto, o seu modus operandi sanguinário mostra que a paz não se conquista com mais violência.

A antiga lei do olho por olho, dente por dente (Êxodo 21:24) está sendo aplicada, mas ela nada tem a ver com o espírito cristão de perdão, misericórdia e reconciliação que Jesus ensinou. A história já demonstrou que a violência não se vence com violência, e sim com paz inteligente, diálogo e sabedoria.

Que sejamos, portanto, instrumentos dessa paz. Que Deus nos ilumine para vivermos com prudência e temor do Senhor — em casa, na família, no trabalho, na comunidade, nos clubes, em cada encontro com o próximo. Precisamos compreender que os grandes e famosos, ainda que influentes, nem sempre são bons exemplos a seguir.

Mesmo sem ocupar cargos de poder, podemos fazer a diferença onde estivermos. Basta não alimentar o ódio, não colocar mais lenha na fogueira. Como reza São Francisco de Assis:

“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz;
onde houver ódio, que eu leve o amor;
onde houver discórdia, que eu leve a união.”

Não é preciso ser Putin na Rússia, Netanyahu em Israel, Lula no Brasil ou Trump nos Estados Unidos. Basta ser você mesmo, guiado pela luz da fé e pela inteligência do bem.
Pense nisso.

Por Pedro Cláudio RosaIporá, Goiás.