Rezar pelos mortos “É UM PENSAMENTO SANTO E SALUTAR ORAR PELOS MORTOS, PARA QUE SEJAM
LIVRES DOS SEUS PECADOS”. II Mac. 12,46.
02 de novembro em Iporá
Goiás, como em todas as cidades do Brasil foi um dia de muita movimentação nos
cemitérios por ocasião do dia de finados, feriado nacional.
Nos cemitérios Dom
Bosco e São João Batista a igreja Católica com o apoio da prefeitura, montou
uma estrutura para um dia todo de oração em comemoração de todos os fiéis
defuntos. Mas qual o sentido de dar atenção a quem não está mais fisicamente
entre nós?
O assunto é divergente
entre os Cristãos, mas pelo menos desperta a atenção de todos, já que espíritas
e evangélicos também comparecem nos cemitérios nesse dia.
A igreja Católica fez
presença das 7h às 18h, intercalando os momentos entre missas, devoção popular
(reza do terço e ofícios das comunidades), recebendo a todos e contribuindo
para o alívio do sofrimento com a ausência de um ente querido. O médico, Padre
Pablo, pároco da Paróquia Paulo VI (antiga Cristo Libertador), além de presidir
as missas deu plantão para assistir aos fiéis com confissões e mesmo para uma
conversa, para esclarecer dúvidas. Padre Pablo disse em entrevista às rádios que
as almas que estão no purgatório precisam de nossa oração, e citou referencias bíblicas
que dá sentido a essa fé, caso de Macabeus, carta de Paulo entre outras que nos
orientam a rezar pelas almas. Jo 6, 37-40: “A Vontade do Pai é que eu não perca
nenhum daqueles que Ele me deu, mas os ressuscite no último dia”. O nosso Deus
é o Deus dos vivos (Mt 22,32), Aquele que em Jesus nos ressuscitará pelo seu
poder (1 Cor 6,14).
Da paróquia Nossa
Senhora Auxiliadora, o pároco, psicólogo, Padre Célio Amaro e o vigário
Paroquial Padre Melquíades assistiram a comunidade no cemitério Dom Bosco.
Padre Célio disse na
rádio que rezar pelos mortos é rezar pelos que já faleceram e despertar em
todos os que estão vivos um cuidado com a vida.
Palavra do Bispo
Bispo da diocese de São
Luís de Montes Belos , Dom Carmelo Scampa, está internado em Goiânia, onde recupera
de uma cirurgia no olho, participou nas rádios de Iporá e na entrevista às
rádios Rio Claro AM e Felicidade FM esclareceu o ponto de vista católico.
Eis a transcrição de parte da entrevista.
Eis a transcrição de parte da entrevista.
Disse dom Carmelo que a
igreja quer com o dia de finados reafirmar em primeiro lugar o seu creio, CREIO
NA COMUNHÃO DOS SANTOS. Não há separação entre os vivos e os mortos, há
simplesmente uma mudança de condição, de existência, porque em Cristo que nos
resgatou através de sua morte e ressurreição nós somos vivos. Jesus Cristo é
ontem, hoje e sempre, e Deus, como está escrito na Bíblia, é o Deus de Abraão,
de Isac e de Jacó, não é um Deus dos mortos mas dos vivos e o dia de finados
vem nos ajudar a recuperar em nossas convicções, em nossa vivencia a verdade da
comunhão dos Santos. Ai podemos perceber o sentido da oração aos fiéis defuntos.
Estamos em comunhão,
alguns de nossos irmãos já vivem definitivamente com Deus, outros experimentam
uma passagem, o período de purificação que chamamos de purgatório. Nossa oração
a eles, ajudam nesse processo, explicou o bispo, ajuda os mortos, daí o sentido
de acelerar a transformação interior, a purificação interior para a entrada
definitiva no reino da luz, na paz definitiva.
A leitura do livro dos Macabeus
ajuda a lembrar isso; O sacrifício que Judas Macabeus manda fazer em Jerusalém
para que os pecados daqueles que tinham tombado na batalha, porque no lugar de
acreditar no Deus de Israel se entregaram aos ídolos, para que os pecados
fossem perdoados mandou celebrar um sacrifício em Jerusalém.
O Dia de Finados revela
uma verdade que estamos perdendo de vista: a Ressurreição, o mundo futuro, nós
estamos romeiros nessa terra, caminhando, na penumbra da fé como diz a carta
aos Hebreus, pressurosos para alcançar uma cidade definitiva e permanente que
acontecerá com a nossa ressurreição. Temos a necessidade de aprofundar mais a
realidade eterna, o nosso destino que é a ressurreição, a vida em plenitude com
Deus.
Também esse dia de
finados tem a finalidade de satisfazer o afeto, a gratidão para quem caminhou
conosco e nós com eles e que não estão mais conosco. É um dever do coração não
esquecer quem caminhou, quem fez parte de nossa vida. Se a memória cancela
tantas lembranças, nos faz esquecer tantas coisas, o afeto não nos deixa
esquecer quem nos amou e a quem nos amamos. No coração de cada um estão vivos
aqueles que nos chamamos de defuntos fazer memória.
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