O
valor da imprensa na era das redes
Por Pedro Cláudio – Iporá (GO) setembro de 2025
O
desafio atual está justamente em compreender a diferença entre imprensa e mera
divulgação, valorizando o jornalismo como atividade essencial à democracia e
entendendo o papel das novas formas de comunicação no ambiente digital.
O
que se vê hoje, porém, é uma confusão cada vez mais comum: gestores públicos
tratando publicações em Facebook ou Instagram como se fossem jornalismo. É como
confundir os nutrientes do feijão com o isopor moldado no mesmo formato. Ambos
podem encher o estômago, mas só um alimenta de verdade.
Prefeitos,
vereadores, governadores — e até presidentes — acreditam ser suficiente
publicar suas versões dos fatos, mostrar feitos administrativos e divulgar
realizações apenas em suas páginas pessoais ou institucionais. Fazem isso para
os seus seguidores mais próximos, mas sem gerar efeito real de empatia com a
população em geral. Informação unilateral não é notícia, é propaganda.
Quando
os meios de comunicação são utilizados de forma responsável, seja no rádio, na
televisão, no jornal impresso ou nos sites jornalísticos, há um ganho de
credibilidade. O conteúdo ganha peso, passa pelo crivo da apuração e transmite
mais confiança. Diferente do “oba-oba” das redes sociais, que muitas vezes soa
como alarde vazio, sem efeito prático.
A
modernidade chegou, mas precisa vir acompanhada de inteligência. A
multiplicidade de plataformas deve ser usada para agregar, e não para reduzir a
comunicação pública a um jogo de autopromoção. Publicar edital oferecendo
dinheiro a internautas para divulgar feitos do poder executivo, por exemplo,
parece mais uma infantilidade do que uma política séria de comunicação.
A
imprensa, com seus jornalistas, continua a ser indispensável. É ela quem
organiza os fatos, confronta versões, dá espaço à crítica e cumpre sua função
democrática. As redes sociais são ferramentas importantes, mas não substituem o
jornalismo. Confundir esses papéis é alimentar-se de isopor: pode até
preencher, mas não sustenta.
O
que é imprensa hoje?
Entre
o jornalismo tradicional, os sites e os influenciadores
Durante
muito tempo, falar em imprensa significava se referir a jornais impressos,
emissoras de rádio e televisão. Esses veículos eram os principais canais de
informação da sociedade e tinham como base o trabalho jornalístico, pautado
pela apuração, checagem de fatos e compromisso ético com a verdade.
Com
o avanço da internet, esse conceito se expandiu. Sites e portais de notícia
passaram a desempenhar a mesma função que os jornais impressos, apenas em um
novo formato. Portanto, ainda que digitais, esses canais são considerados
imprensa porque exercem atividade jornalística de forma organizada.
A
popularização das redes sociais trouxe uma nova camada de comunicação.
Plataformas como Facebook, Instagram e TikTok se tornaram espaços de grande
alcance, onde tanto veículos jornalísticos quanto pessoas comuns podem publicar
conteúdo. No entanto, é importante destacar: as redes sociais são meios de
difusão, não imprensa em si.
Nesse
cenário, surgem os influenciadores digitais. Com milhares ou até milhões de
seguidores, eles têm capacidade de mobilizar opiniões e dar visibilidade a
temas. Porém, a atividade de influenciador não se confunde automaticamente com
jornalismo. Influenciadores são comunicadores, criadores de conteúdo e
formadores de opinião, mas só podem ser considerados parte da imprensa quando
adotam práticas jornalísticas — como checar informações, ouvir diferentes lados
e ter compromisso editorial.
Assim,
a imprensa hoje é composta não apenas pelos meios tradicionais, mas também por
sites e portais digitais que exercem jornalismo profissional. Já os
influenciadores e comunicadores digitais representam um novo campo, relevante e
poderoso, mas distinto em sua natureza.

2 comentários:
Muito importante amigo!
Excelente texto! Pontual e necessário! Parabéns! E sucesso na execução da sua profissão 🙏
Postar um comentário