A análise que faço do que estamos
vivendo, a iminente ameaça de perdermos a democracia e de instaurar uma
ditadura no Brasil, é a partir do que assisti espantado na TV nos últimos
anos.
As redes sociais até que tiveram
peso mas acredito que não foi preponderante a ponto de sozinha, fazer um nada
virar presidente da república.
A TV Globo, com sua linha
editorial detonou o PT, fez valer a opinião pública que a corrupção endêmica no
país estava centrada nesse partido e seus aliados, jogou pesado, caso contrário a
população não mudaria de ideia, e quase ainda elegeu Fernando Haddad, inclusive o levou ao segundo turno. A cobertura bem atuante da Operação Lava Jato
expôs não só as fissuras de um partido, mas jogou lama em todos, sem deixar
nenhum de fora. A Globo não levou em conta em
seus noticiários, nenhum atenuante que poderia ser creditada a esse partido
político, que mereceu ser arrancado do poder por não ferir a própria carne, o
Partido dos Trabalhadores preferiu, como fez a Globo, não separar joio do
trigo: Ninguém segura a mão de ninguém, e todos foram para o buraco e
dificilmente se reerguerão. O PT não soube ou não quis fazer sua mea-culpa, se aproveitou da corrupção e até hoje, atua na defensiva de desqualificar
a denúncia mesmo contra tantas evidencias. Penso, se tivesse tido a honradez de vir a
público e dizer erramos com o companheiro fulano, com o companheiro ciclano,
erramos com a estratégia tal, mas vamos corrigir, buscar novo rumo, preferiu o
confronto, a ponto de seu maior líder cometer o disparate de dizer que era mais
honesto que todos. Assim não dá! Como diria Paulo Henrique Amorim.
Parte da alta cúpula do poder judiciário, só cego não
vê, só um tendencioso não consegue enxergar o que estava por trás. O juiz que
deveria ter se declarado incompetente e passar o caso para outro, não deu
ouvidos a nenhuma tese de defesa dos acusados, condenou, tirou do páreo um
pretenso candidato à presidência da república e facilitou a vida do atual
presidente, fato admitido até por eles, após se concretizar o desligamento do ex-ministro. O então juiz Sérgio Moro entrou no jogo, queria fazer mais pelo
Brasil, errou feio, poderia ter saído de herói e sai quase como um vilão, um
cara pretensioso que se utilizou de meios para alcançar o fim, conforme
evidenciado nos noticiários, embora negue, mas seus algoz apregoam assim. Diz o advogado Sérgio Moro que não
se arrependeu, você acredita? Ajudaria o Brasil muito mais se ficasse juiz, aí
ninguém iria taxa-lo de tendencioso nos seus julgamentos. Fez gol contra o senhor Sérgio Moro.
E agora, o povo, diante do lamaçal
de corrupção não tinha outra opção, senão encontrar um salvador da pátria, uma
pessoa, que como Fernando Collor de Mello, seria o salvador da pátria. Quando inocência!
O Homem que venceu foi bem na
estratégia, se aliou aos evangélicos, buscou uma postura cristã bem contrária
as estórias das novelas da rede Globo, e conquistou também os católicos no
discurso contra o aborto (a meu ver correto). Demonizou os movimentos sociais,
ligou a luta contra a desigualdade social ao comunismo, e até atacou a igreja
com uma estória de luta contra a ideologia, mas criou a sua ideologia.
Hoje temos um presidente se
sustentando no poder se colocando como o todo poderoso, seus ministros ameaçam
prender governadores e prefeitos, ameaçam ministros do STF, os chamam de
vagabundos e ainda teve um, que utilizou a morte do povo por covid 19 para
passar suas pretensões no congresso. É muita coisa, no futuro, nossos historiadores, filósofos,sociólogos entre outros devem produzir um estudo sobre esse tempo nebuloso da política nacional. Onde o que inmaginava ser improvável acontece: Clamor pela ditadura, xingamentos contras as instituições, sem que ninguém faz nada.
Diante dessa guerra de comunicação vivemos uma incerteza muito grande, antes o que era certo, hoje parece estar errado. Quem viver verá o resultado de tudo isso.