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Rio Claro em Israelândia Goiás |
Estamos no caminho
certo, Iniciativa do Sindicato Rural de Iporá ganha reforço internacional, proteger
rios e nascentes custa pouco e melhora a vida nas cidades é o que revela e estudo
global da TNC (The Nature Conservancy), maior organização ambiental do mundo
que com com dados de 4 mil municípios, mostra que em metade deles a conservação
das fontes de água usadas no abastecimento custa até dois dólares por pessoa.
Em Iporá, fazendo coro
a essa ideia, baseados em dados, é que o sindicato Rural liderado pelo
Presidente Adailton Leite, trabalha para convencer os produtores rurais da
necessidade conservar as nascentes.
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Tamanduá, córrego que dá forma ao Lago por do Sol em Iporá. |
Um dos mais relevantes
desafios da humanidade, à medida que a população global continua a crescer, é
garantir água limpa para todos, por isso, mais do que nunca, é fundamental
protegermos as terras que circundam nossos mananciais e bacias hidrográficas.
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essa notícia e vale a pena ler com atenção.
A organização ambiental
The Nature Conservancy, lançou dia 11 de janeiro de 2017 um levantamento sobre
as fontes de água que abastecem mais de 4 mil grandes e médias cidades de todo
o planeta. O estudo “Para além do manancial: benefícios ambientais, econômicos
e sociais da proteção das fontes de água” mostra como soluções baseadas na
natureza, a exemplo do reflorestamento e das boas práticas de manejo agrícola,
podem ganhar escala, de modo a fazer uma diferença significativa para o
desenvolvimento sustentável, melhorando as vidas de bilhões de pessoas.
Um dos principais
fatores de risco à disponibilidade de água nas médias e grandes cidades é a
erosão de rios e nascentes. O levantamento da TNC aponta que 80% das cidades
analisadas podem reduzir significativamente a presença de sedimentos e
nutrientes nas fontes de água usadas em seu abastecimento, se protegerem as
florestas ao redor dessas fontes, fizerem o reflorestamento de áreas
estratégicas e estimularem boas práticas agrícolas. A vegetação em áreas de
mananciais é imprescindível para que a população tenha água porque as árvores
ajudam as gotas de chuva a se infiltrar no solo, o que forma nascentes e rios,
e evitam, com suas raízes, que a terra seja carregada para os corpos d’água.
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Cachoeirinha no Ribeirão Santo Antonio em Iporá Goiás. |
"Proteger as
terras ao redor dos mananciais é fundamental para garantir o fornecimento de
água no longo prazo", diz Giulio Boccaletti, diretor executivo global do
programa de Águas da The Nature Conservancy. "Infelizmente, 40% das áreas
de mananciais, no mundo, mostram níveis moderados ou altos de degradação. Os
impactos disso sobre a segurança hídrica podem ser graves". No caso dos
mananciais da Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, esse índice de
degradação é superior a 70%.
Além de ajudar a
garantir a disponibilidade de água nos reservatórios, as soluções baseadas na
natureza propostas pelo estudo geram uma série de importantes benefícios. O
reflorestamento e a conservação das florestas já existentes, por exemplo,
proporcionam a captura de gases que causam o aquecimento global e reduzem os
impactos das mudanças climáticas (incluindo secas, enchentes, incêndios e erosão),
que afetam de forma desproporcional as comunidades mais pobres. Já as boas
práticas agrícolas permitem a preservação da diversidade de animais e vegetais
e tornam as comunidades mais saudáveis.
"Atribuindo um
valor a esses benefícios indiretos, podemos mobilizar meios inovadores e de
melhor custo-benefício, necessários para financiar a proteção dos habitats e as
atividades de manejo da terra", afirma Andrea Erickson-Quiroz, diretora
executiva de segurança hídrica da The Nature Conservancy.
O relatório estima que,
para elevar em 10% a redução dos sedimentos e nutrientes em 90% das bacias de
mananciais, seria necessário aumentar os gastos anuais com os programas de
financiamento de serviços ambientais de US$ 42 bilhões para US$ 48 bilhões.
Esse patamar de financiamento representa cerca de 7% a 8% dos gastos com a água
em todo o mundo, e equivale ao que cidades como Nova York gastam na proteção
das bacias que abastecem seus moradores. Com esse nível de investimento, seria
possível aumentar a segurança hídrica de pelo menos 1,4 bilhão de pessoas, se
ele se concentrar em bacias cuja redução de sedimentos e nutrientes é mais
econômica. No caso de metade das cidades analisadas, proteger as águas dos
mananciais poderia custar apenas dois dólares ou menos por pessoa, anualmente.
O relatório também
destaca a importância dos mecanismos conhecidos como Fundos de Água*, que
permitem aos usuários de água que vivem ao longo de uma bacia hidrográfica
financiar a preservação e a restauração das terras no começo dessa bacia. Esse
é um mecanismo bem-sucedido para assegurar uma melhor qualidade da água e, em
alguns casos, uma vazão mais confiável. O relatório ainda estima que uma em
cada seis cidades (o que corresponderia a aproximadamente 690 cidades,
prestando serviço a mais de 433 milhões de habitantes em todo o mundo) tem
potencial de recuperar integralmente os custos das medidas de preservação
somente com a economia que teriam com o tratamento da água. Outras cidades
podem extrair valor adicional dos benefícios indiretos, obtendo, no total, um
valor acumulado que proporciona um retorno positivo sobre o investimento.
Exemplos globais de
atividades de proteção das águas dos mananciais:
Melhorias na segurança
hídrica Nairóbi, Quênia — O Fundo
de Água do Alto Tana-Nairóbi apoia os agricultores locais, ao mesmo tempo em
que reduz os sedimentos do rio Tana, que dificultam o fornecimento de água e a
produção de energia hidrelétrica.
Província de Zhejiang,
China — O Fundo de Água Longwu ajuda os agricultores a fazer a transição para
os métodos de cultivo orgânico do bambu, o que reduz o escoamento de
fertilizantes até os mananciais.
Atenuação das mudanças
climáticas São Paulo, Brasil — O reflorestamento
de encostas áridas ajuda a reduzir a sedimentação dos mananciais e oferece
benefícios vinculados ao sequestro do carbono.
Adaptação às mudanças
climáticas Rio Grande, Novo México, EUA
— A redução do combustível florestal diminui a intensidade dos possíveis
incêndios florestais e o posterior escoamento de sedimentos até os mananciais.
Monterrey, México — O
reflorestamento possibilita a infiltração da água no solo e reduz a erosão em
períodos de alta precipitação.
Saúde e bem-estar
humanos Pucará, Bolívia — Práticas
agrícolas aprimoradas reduzem a poluição da água e as doenças de veiculação hídrica
nas comunidades vizinhas.
Vale do Cauca, Colômbia
— Árvores plantadas entre as lavouras oferecem aos agricultores novas fontes de
alimentos e renda, além de reduzirem a erosão.
Preservação da
biodiversidade Rio de Janeiro,
Brasil — O reflorestamento melhora a qualidade da água e proporciona o habitat
para uma vida animal e vegetal diversificada.
Para que os bons
exemplos já existentes ganhem escala, mais do que superar os desafios dos
custos desse investimento, é necessário que a sociedade se comprometa com o
futuro dos recursos hídricos, o que inclui governos nacionais e locais,
empresas, organizações civis e a própria população. As companhais de
abastecimento e os gestores da água nos governos também têm o papel crucial de
propor ações ambientais que tragam ganhos econômicos e sociais.
"As nossas
aspirações de criar um mundo melhor exigem uma atuação coletiva", diz
Erickson-Quiroz. "Não podemos nos permitir trabalhar em grupos com
motivação, jurisdição ou recursos financeiros isolados. As cidades podem tomar
a dianteira, mas não sozinhas. Todos nós temos um papel a desempenhar".
No Brasil, um exemplo
de ação conjunta pela proteção dos mananciais é a Coalizão Cidades pela Água,
uma iniciativa da TNC em parceria com o setor privado, lançada em novembro de
2015, com objetivo de ampliar a segurança hídrica de 12 regiões metropolitanas
brasileiras, até 202. Por meio de ações de conservação de nascentes e rios em
áreas críticas para a produção de água, a iniciativa ajudará a garantir
disponibilidade de água para 42 milhões de pessoas nessas cidades, trará
benefícios para 46 mil famílias em áreas urbanas e rurais no começo das 21
bacias hidrográficas onde o projeto atua e recuperará ou protegerá cerca de 460
mil hectares de florestas.
“Esse estudo amplia as
evidências de que as soluções baseadas na natureza aumentam a segurança hídrica
nas cidades. Essas iniciativas não podem mais ser apenas uma alternativa, elas
devem estar no centro das decisões dos gestores públicos e privados para a
gestão da água”, afirma Samuel Barrêto, gerente de Água da TNC no Brasil.
O relatório foi
elaborado em parceria com o Projeto Natural Capital, a Forest Trends, o Banco
Interamericano de Desenvolvimento e a Parceria de Fundos de Água da América
Latina.
Sobre a The Nature
Conservancy
The Nature Conservancy
é uma organização de conservação global dedicada à conservação das terras e
águas de que toda a vida depende. Orientados pela ciência, criamos soluções
inovadoras e práticas para os desafios mais difíceis do nosso mundo, de modo que
a natureza e as pessoas possam prosperar juntos. Estamos abordando as
alterações climáticas, lutando pela conservação de terras, águas e oceanos em
escala sem precedentes, e ajudando a tornar as cidades mais sustentáveis.
Trabalhando em mais de 65 países, usamos uma abordagem de colaboração que
envolve as comunidades locais, governos, setor privado e outros parceiros. Para
saber mais, acesse www.tnc.org.br ou siga @TNCBrasil no Twitter.”
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