Dia de
Finados (2 de novembro 2025)
Por Pedro
Claudio
Hoje, 2 de novembro, Dia de Finados, a Igreja e a sociedade fazem uma pausa para lembrar com carinho e fé aqueles que já partiram. É um dia de saudade, mas também de esperança.
Pensar na morte pode parecer algo triste, mas,
na verdade, é uma forma de valorizar a vida. Quando lembramos que o tempo é
curto, aprendemos a viver melhor — a amar mais, perdoar, cuidar de quem está ao
nosso lado e buscar o que realmente tem sentido.
A tradição cristã ensina que a morte não é o
fim, mas passagem para a vida plena junto de Deus. Por isso, visitar o
cemitério, acender uma vela ou fazer uma oração é também renovar a fé na
ressurreição e na comunhão eterna.
Neste Dia de Finados, a mensagem é clara: viver
bem é o melhor jeito de estar preparado para partir em paz.
Pense nisso: Finados é o dia de pensar a
morte... e planejar a vida.
Neste Dia
de Finados, a Igreja Católica celebra com fé e esperança a memória dos fiéis
defuntos. É um momento de recolhimento, de oração e de lembrança daqueles que
já partiram desta vida. Fazemos memória dos que foram antes de nós, com a
confiança de que suas almas estão abrigadas junto de Deus. O corpo é matéria,
volta ao pó, mas a alma — essência espiritual — permanece viva e é acolhida no
mistério divino.
A Igreja,
ao longo dos séculos, refletiu profundamente sobre essa realidade: o ser humano
é constituído de corpo e alma. Com a morte, há uma separação — o corpo se
desfaz, mas a alma passa a viver em outra dimensão, na presença de Deus. É uma
questão de fé, mas também de esperança. Essa crença foi sustentada e
amadurecida com o tempo, tornando-se central não apenas na teologia católica,
mas também em muitos outros seguimentos religiosos cristãos e até não cristãos.
As
leituras da liturgia deste dia — Sabedoria 3,1-9; Apocalipse 21,1-5a.6b-7; e
Lucas 7,11-17 — nos ajudam a compreender o fundamento dessa fé. No livro da
Sabedoria, encontramos palavras de consolo: “As almas dos justos estão nas mãos
de Deus, e nenhum tormento as atingirá”. É uma afirmação que transcende o medo
da morte e revela a certeza do amor de Deus que acolhe seus filhos.
No
Apocalipse, São João nos conduz a uma visão grandiosa: “Vi um novo céu e uma
nova terra”. Ele nos convida a contemplar a realidade definitiva, onde “Deus
enxugará toda lágrima dos olhos”. Muitos interpretam essa passagem como a
recepção da alma no céu. Porém, uma leitura mais profunda, teológica e
espiritual, mostra que essa visão é também o anúncio da plena comunhão com Deus
— não apenas individual, mas de toda a criação redimida. É a revelação da
vitória do amor sobre a morte, da vida sobre o pecado.
E no
Evangelho de Lucas, Jesus se compadece da viúva de Naim e devolve à vida seu
filho único. Esse gesto manifesta o poder de Cristo sobre a morte e antecipa o
que a fé cristã proclama: a ressurreição. “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” —
diz o Senhor. É uma palavra que ecoa até hoje em cada coração ferido pela
saudade.
Cada um
vive sua fé e seu modo de compreender o mistério da morte. Mas, para nós
cristãos, ela não é o fim. A morte foi vencida pela ressurreição de Cristo. No
Credo professamos: “Creio na ressurreição da carne, na vida eterna”. Assim,
acreditamos que todos os que morreram em Cristo ressuscitarão e participarão da
comunhão dos santos, quando Deus será tudo em todos.
Independente
da crença de cada pessoa, a morte, a existência da alma e o destino último do ser
humano permanecem como mistérios. Diante deles, o que nos resta é a fé, a
esperança e o amor. Que neste Dia de Finados, ao lembrarmos nossos entes
queridos, possamos também renovar a certeza de que a vida não termina — ela se
transforma, e em Deus encontra sua plenitude.
“As almas
dos justos estão nas mãos de Deus.” (Sb 3,1)
Pedro Claudio, jornalista, diácono permanente








