O caminho da paz inteligente
Há muito tempo estamos nos tornando estranhos uns
aos outros. O que antes era implícito, agora se tornou explícito. A recente
fala do presidente norte-americano, Donald Trump, ao defender o assassinato de
suspeitos de tráfico de drogas, é um exemplo claro dessa mudança.
De fato, é compreensível a revolta contra o crime das drogas — ele destrói
famílias, corrói comunidades inteiras e compromete o futuro de jovens. É
urgente agir de forma firme contra quem lucra com o vício alheio. No entanto, anunciar a morte de suspeitos não é o
caminho. Essa postura evidencia não apenas a fragilidade das ações preventivas, mas também a ausência de diálogo entre as nações e
de uma verdadeira vontade de construir
a paz.
Pouco se questiona essa fala, talvez porque venha
de alguém que parece estar acima de todos os limites, como se fosse imune a
qualquer julgamento. É inegável que Trump, assim como outros líderes mundiais,
tem razão ao se opor a regimes ditatoriais e ao buscar soluções para conflitos
como os da Faixa de Gaza e da Ucrânia. No entanto, o seu modus operandi sanguinário mostra que
a paz não se conquista com mais violência.
A antiga lei do “olho por olho, dente por dente” (Êxodo 21:24) está sendo
aplicada, mas ela nada tem a ver com o espírito cristão de perdão, misericórdia e reconciliação
que Jesus ensinou. A história já demonstrou que a violência não se vence com violência, e sim com paz inteligente, diálogo e sabedoria.
Que sejamos, portanto, instrumentos dessa paz. Que Deus nos ilumine para vivermos com
prudência e temor do Senhor — em casa, na família, no trabalho, na comunidade,
nos clubes, em cada encontro com o próximo. Precisamos compreender que os
grandes e famosos, ainda que influentes, nem sempre são bons exemplos a seguir.
Mesmo sem ocupar cargos de poder, podemos fazer a diferença onde estivermos.
Basta não alimentar o ódio, não colocar mais lenha na fogueira. Como reza São
Francisco de Assis:
“Senhor,
fazei-me instrumento de vossa paz;
onde houver ódio, que eu leve o amor;
onde houver discórdia, que eu leve a união.”
Não é preciso ser Putin na Rússia, Netanyahu em
Israel, Lula no Brasil ou Trump nos Estados Unidos. Basta ser você mesmo, guiado pela luz da fé e
pela inteligência do bem.
Pense nisso.
Por Pedro Cláudio Rosa – Iporá, Goiás.











