segunda-feira, 28 de abril de 2025

Ressurgindo para a vida, Pedro e Eva

 

Ressurgindo para a vida, Pedro e Eva




(Uma declaração de amor)

Por Pedro Claudio à Eva Maria.

Ressurgindo para a vida,
como a flor que teima em brotar entre espinhos,
há sempre esperança, há sempre recomeços.
O amor — esse infinito que poetas ousam descrever,
e amantes vivem com fervor —
vence o silêncio, transforma a solidão em companhia.

Resiliência, resiliência!
Essa chama discreta que nos mantém em pé,
que ensina a ver o mundo com olhos mais limpos,
e a ter coragem, mesmo quando a alma vacila.

E então, no tempo da maturidade,
quando já trazemos cicatrizes e manias,
quando as certezas rareiam e os dias se tornam mais curtos,
encontrar alguém que olha na mesma direção
é mais que sorte — é graça, é o toque de Deus.

Pedro Cláudio Rosa e Eva Maria da Silveira,
vidas distintas, histórias que não pareciam cruzar,
mas corações dispostos a continuar vivendo,
a amar de novo, a rir de novo, a acreditar de novo.

No dia 29 de abril de 2023,
duas almas se reconheceram.
Num lugar simples, até inóspito,
nasceu um amor sereno e forte,
como nasce a rosa no deserto.

Desde então, caminhamos juntos,
com olhos nos mesmos sonhos,
com fé em cada passo, com gratidão por cada amanhecer.

Eva, minha companheira,
minha vida e a própria vida em flor.
Amo-te com a alma inteira,
e juntos vamos seguir, até onde Deus permitir.

Pois o amor habita em mim —
e em ti encontro o abrigo, o encanto,
o motivo de seguir escrevendo essa história,
nossa história, com mãos entrelaçadas e corações em uníssono.

28 de abril de 2025

 

Terra de Ninguém texto de 2017 ler sem anacronismo

 

Terra de Ninguém
Por Pedro Claudio Rosa

Num país onde a corrupção corre solta e a indignação popular é incapaz de reparar os danos infligidos aos cofres públicos, onde a revelação do crime não conduz à punição, mas a benefícios — prisão domiciliar em mansões, privilégios em celas confortáveis, com boa alimentação, entretenimento, banho de sol e convivência amistosa entre os encarcerados —, não se pode falar em seriedade.

Num país onde o trabalhador carrega nos ombros o fardo dos crimes de colarinho branco, onde as leis, sob o pretexto de justiça, são moldadas para perpetuar os privilégios dos ricos; onde se contribui por toda uma vida para uma aposentadoria que talvez nunca chegue; onde os pobres, nas filas dos hospitais públicos, são tratados com descaso e desumanidade — aqui, não há espaço para a esperança.

Aqui, igrejas erguem templos monumentais em nome de Deus, enquanto exploram a fé do povo, assegurando conforto e prestígio àqueles que deveriam ser apenas servos. Sob o manto da liberdade religiosa, instala-se a impunidade, e enganar o próximo torna-se prática cotidiana, sempre sem castigo.

Nesta terra do faz de conta, a transparência é opaca, a torpeza é uma promessa de futuro, o grito morre no vazio, a fé ilude, e a vida vale tão pouco quanto a bala de uma arma ou o corte sujo de uma faca.

Revolução? Para quê? Revoltar-se? Para quê? A quem recorrer?

Aqui, os salvadores da pátria tornam-se algozes; os heróis, vilões; os santos, demonizados; e os sonhos, pesadelos.

Despertar? Jamais! Acordar?... Não há esperança nesta terra de ninguém. Aqui, a vida pende sempre por um fio, e cada vintém pesa mais do que a dignidade.

Pedro Claudio Rosa
Um ninguém na multidão
Iporá, Goiás, 12 de novembro de 2017

Reflexão sobre a Democracia e a Interação nas Redes Sociais


 Reflexão sobre a Democracia e a Interação nas Redes Sociais

Por Pedro Claudio e Amigos -Jornalista:  Registro 0004144/GO

Iporá Goiás tarde de 28 de abril de 2025

Texto produzido por mim e compartilhado nas redes sociais tem gerado diversas reações entre amigos internautas. Isso é parte fundamental da democracia: toda pessoa tem o direito de viver e de expressar suas ideias, de acordo com sua visão de mundo, sua formação, sua interação social, sua vivência em comunidade familiar e seu grau de intelectualidade. O olhar que cada um tem sobre o mundo depende profundamente desses fatores. Vamos refletir!

Eis a publicação:

O que o Sr. Trump quer? Caos!
Por Pedro Claudio, Historiador

Acredito que sim — o Sr. Trump quer o caos. Mas não qualquer tipo de confusão. Ele deseja um tipo de desordem que o projete para a história, que o coloque ao lado de figuras como Alexandre, o Grande, Napoleão Bonaparte ou mesmo alguns antigos czares. Sua ambição parece ir além da política: ele quer ser lembrado, quer deixar uma marca.

Não há outra explicação plausível para sua postura tão incendiária. Trump não quer apenas governar; ele busca ser imortalizado como uma figura grandiosa — seja como herói ou como vilão. Seu objetivo não é simplesmente vencer eleições, mas destacar-se de forma definitiva na história da humanidade.

Atualmente, ele se apresenta como um azarão, um opositor do sistema, mas essa narrativa parece ser apenas uma peça de um jogo muito maior. O futuro ainda é incerto, e só o tempo dirá qual será seu papel definitivo nos livros de história.

Interessante observar as reações dos internautas:

  • Wanderley Alves: "O senhor Trump está tentando desmontar um esquema jamais visto na história e isso está incomodando a esquerda mundial, inclusive no Brasil. Este governo mantém os menos formados na pobreza extrema, numa espécie de cabresto através de programas sociais, em vez de investir na formação e capacitação dos cidadãos, especialmente no Nordeste. Muitos eleitores acreditaram que comeriam picanha, e vejam só o que está acontecendo!"
  • Vanda Lucia: "Verdade, Pedro."
  • Wanderley Alves (em resposta a Vanda Lucia): "Vamos olhar para nossos próprios umbigos e não tapar o sol com a peneira. Talvez a situação esteja cômoda para quem concorda ou tanto faz!"
  • Dalmi Alcantara: "Eu concordo contigo e penso mais: temos muitos 'Trumps' por aí. Só que alguns não têm objetivo algum, apenas irresponsabilidade, inconsciência e incompetência."
  • José Marcelo Oliveira: "Bom texto, Pedro Claudio. Esse é o raio-x da questão. Trump parece possuir acordos com outras potências para se tornar 'dono' do Ocidente, enquanto o Oriente fica para outros. Lamentável o surgimento de bestas assim."
  • Uilson Antônio: "Ele é emblemático. A estratégia que ele usa para governar é a mesma que ele emprega na gestão de suas empresas."
  • Célio Vanes: "Um doidivanas achando que é dono da Terra Redonda, com uma arma atômica nas mãos, 'atirando nos próprios pés'..."
  • Mauricio Silva Borges: "Uma coisa eu tenho certeza: os livros de história não vão contar que os bandidos de antes são os mesmos que estão escravizando o povo brasileiro hoje, com uma ditadura relativa. Go Trump!"
  • Rogério Monteiro: "Quando alguém enfrenta o sistema, incomoda muita gente. E pelo texto acima, vejo que ele está conseguindo. Os EUA deram um passo à frente, enquanto nós aqui demos um passo atrás. Azar nosso, sorte dos americanos!"
  • Maria Eleusa: "Meu amigo locutor e historiador!"
  • Diac Rosilei Ferreira Aparecida Eli: "Bom dia, amigo!"
  • Cleidnei Barbosa Machado: "Falando em caos, o Brasil está se afundando numa velocidade extrema, mas preferimos desviar o foco detonando o Trump..."
  • João Carlos Barreto: "Que bacana revê-lo. Abraço!"

As diferentes reações só reafirmam a riqueza de pensamentos e a diversidade de perspectivas que fazem parte da vida em sociedade. O debate, o contraditório e a livre expressão são pilares de qualquer democracia saudável. Cada olhar carrega suas experiências e sua própria visão de mundo — e é isso que torna o 

Minha História no Jornalismo: Entre a Pauteira e a Cabeceada


 


Minha História no Jornalismo: Entre a Pauteira e a Cabeceada

Atuo no jornalismo em rádio desde 1987, em Iporá, Goiás, numa época em que ainda pairavam os resquícios da censura e da vigilância sobre a imprensa, heranças amargas da ditadura. E quem conhece rádio de interior sabe: muitas vezes é preciso bater o escanteio e correr para cabecear — mas, graças a Deus, a comemoração é sempre coletiva.

Aprendiz ontem, aprendiz hoje. Em 2025, completo 38 anos de atividade e continuo aprendendo. Um episódio que marcou minha trajetória foi quando um advogado, em tom crítico, me chamou de "repórter inerte". No momento, foi difícil digerir, mas, mais tarde, compreendi a correção. O repórter não pode e não deve ficar parado. Desde então, passei a estar mais presente nas audiências do fórum, principalmente em pautas da área criminal. Visitava cartórios, delegacias, quartéis da Polícia Militar, criava relações de confiança e conquistava facilidades de acesso à informação. Estar onde a notícia acontece virou princípio: quem fica inerte corre o risco de contar apenas meias-verdades ou se pautar por uma única versão dos fatos, claro, hoje, temos outros meios, na na época sem celular, sem rede social, nem internet. telefone só discado e cada chamada tinha um valor a pagar.

Mais adiante, ao entrevistar um político, ouvi outra crítica: que eu fazia perguntas "capciosas". Agradeci. Para mim, foi um elogio. O repórter precisa ser ousado, fazer as perguntas que o povo quer ver respondidas, sem medo de deixar o entrevistado em situação desconfortável. O importante é manter-se sem partidarismo, sem ideologia, sem julgamento, apenas com o compromisso de inquirir e buscar a verdade. Isso é bom para toda a sociedade.

No entanto, não basta perguntar: é preciso checar, apurar, confirmar. Uma notícia mal apurada é como um remédio com a dosagem errada — pode causar sérios problemas. O desafio é grande, especialmente porque muitas vezes falta estrutura, e as empresas de comunicação, inevitavelmente, precisam equilibrar o ideal jornalístico com a realidade financeira.

Sobre as perguntas "capciosas", reafirmo: o repórter precisa ter responsabilidade, saber onde está pisando, ter clareza do objetivo e consciência da missão. Isso depende da formação do profissional, da sociedade em que vive, de seus valores e, no meu caso, de uma orientação cristã, católica, pautada pela Doutrina Social da Igreja. Perguntar sim, mas com coerência, checando antes de divulgar.

Político que trabalha apenas para si mesmo ou para um pequeno grupo deve, sim, se incomodar com uma imprensa atuante. Contestação é normal. Na história recente da polarização política no Brasil, todos — direita, esquerda e centro — reclamam da imprensa. Mas é importante lembrar: a função do jornalismo não é agradar; é informar. E deve fazer isso sem medo, mas com ética, formando consciências.

Isso não é ideologia; é fato. A imprensa não pode se dobrar a pressões e deve, sempre, sair da inércia. Que as perguntas incômodas, aquelas que perturbam, continuem existindo — sempre acompanhadas de apuração rigorosa dos fatos, doa a quem doer, inclusive a nós mesmos.

Pedro Cláudio
Comunicador e Jornalista em Iporá, Goiás
Desde 1987, sem interrupções — conhecendo histórias, registrando acontecimentos, entrando nos lares, fazendo amizades e construindo pontes. Iporá manhã de 28 de abril de 2025.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Morreu Papa Francisco e agora?

 A Opinião Externa e a Igreja Católica: Reflexões Necessárias

É sempre interessante observar as opiniões de pessoas que estão fora da Igreja Católica, especialmente quando desconhecem o Catecismo, a Doutrina Social da Igreja e a complexidade de uma instituição milenar como esta. Muitos ignoram que, embora exista um clericalismo ainda presente em algumas estruturas, há também espaço significativo para a participação dos leigos — homens e mulheres que são ouvidos. Um exemplo claro é o Sínodo convocado pelo Papa Francisco, cujo objetivo é justamente escutar o povo de Deus, promover a escuta mútua e discernir juntos os caminhos da Igreja.

Entretanto, o que chama atenção são as tentativas de impor uma visão ideológica ou política sobre a Igreja, especialmente por parte de quem não participa da vida eclesial. Recentemente, me deparei com uma dessas “pérolas” de opinião: “A esperança de todos os brasileiros e das pessoas de bem de todo mundo é que venha um Papa que condene o Marxismo. Esse regime nefasto é intimamente ligado à Teologia da Libertação, aceita e praticada pelo Papa Francisco. Não à toa, ele estava sempre recebendo criminosos da esquerda, como Fidel Castro, Stédile do MST, e muitos outros.”

Esse tipo de colocação ignora completamente a história da Igreja e seu papel no diálogo com o mundo. A Teologia da Libertação, embora tenha sido corrigida em vários pontos pela Igreja ao longo do tempo, nasceu de uma preocupação legítima com os pobres e marginalizados — preocupação essa que está no coração do Evangelho. Reduzir esse esforço pastoral a uma simples “aliança com o marxismo” é não só um equívoco, como uma injustiça.

A Igreja Católica não é uma “casa da sogra”, como diz o ditado popular, onde todo mundo chega e dita regras. É uma instituição fundamentada na tradição, na razão, na fé, composta por intelectuais, teólogos, doutores, pós-doutores e fiéis que vivem intensamente sua experiência cristã. Isso não a torna fechada ao diálogo — muito pelo contrário. Mas exige respeito e responsabilidade ao opinar.

É claro que todos têm direito à sua opinião — inclusive sobre a Igreja. E, dentro de uma sociedade democrática, o debate é saudável. No entanto, é essencial que esse debate seja feito com conhecimento, empatia e respeito à fé de milhões. A crítica desinformada mais atrapalha do que contribui.

Que venham as opiniões — sim! — mas que elas venham com disposição para ouvir, entender e, quem sabe, aprender. Pois, no fim das contas, é assim que todos podemos caminhar juntos, ainda que por caminhos diferentes.