O rádio na opinião de muitas pessoas ainda é o melhor meio
de comunicação de massa, apesar da TV, da internet com suas redes sociais e
agora whatsapp. O rádio é mais rápido, mais ágil e está presente em quase
todos os lares brasileiros. É o companheiro da dona de casa, da empregada
doméstica, do caminhoneiro, do homem do campo, enfim, é o veículo de
comunicação das massas.
Porém agora, esse veículo de comunicação está seriamente
ameaçado, não pelos concorrentes, pelas novas opções de comunicação, mas pelo
modo como vem sendo conduzido, trabalhado. É preciso colocar a mão na massa,
trabalhar, sair do comodismo.
O rádio encolheu, recolheu-se em um grande comodismo,
deixou de ter vida própria e é reprodutor da internet, das redes sociais, da TV
e outros meios, e com um agravante: Não tem imagem, o que já é um grande fator
desfavorável.
Hoje o rádio, com raras exceções, está
dormindo o tempo todo, ocupa-se de difundir músicas, grande maioria de
qualidade duvidosa, serve para transmitir discursos religiosos ou políticos,
que no mundo atual não atrai muito e deixou de viver a vida da comunidade.
Finais de semana e feriados a programação entra no sistema, nada ao vivo,
exceto algumas emissoras que transmitem alguns eventos, estamos numa
preguiça sem fim.
É preciso repensar o jeito de viver e
de fazer rádio, é preciso ser humilde e reaprender, é preciso ouvir o que o
povo quer de um rádio, é preciso reencantar-se com o rádio.
A partir do momento em que quem
trabalha no rádio conseguir redescobrir o rádio como um meio de comunicação
ágil, vivo, que fale a língua do povo essa realidade pode mudar, mas
enquanto isso não acontece vamos em direção ao precipício.
Um outro caminho imprescindível, é a
adesão aos meios de comunicação propiciados pela internet, não dá para
sobreviver se não tem transmissão on-line da programação da emissora, não dá
para sobreviver sem ter um site em que se transforme o áudio em
imagens. É preciso investir nisso.
Então, repetindo: o Rádio precisa viver
a vida do povo, sair do estúdio, acompanhar o cotidiano da cidade, debater os
problemas locais, regionais e até nacionais, não esquecer do futebol, estar
onde o povo está. Enlatados não atrai ouvintes, o povo quer e precisa de
proximidade. É PRECISA ATUALIZAR SEMPRE, a notícia de ontem não serve para
hoje.
É precisa ser multimídia, trabalhar com
a internet, publicar fotos e videos do dia a dia da rádio como as notícias, o
locutor que está no ar.
Finalizo essa reflexão citando Raul
Seixas em duas composições: " Eu que não me sento,
No trono de um apartamento, com a boca escancarada cheia de
dentes, Esperando a morte chegar" (Ouro de Tolo) Que sejamos assim em
nossas atividades e que tenhamos união para tocar a vida e reverter a situação,
mas todos juntos, no mesmo barco remando de modo sincronizado para que ninguém
se perca. " “Sonho que se sonha só, É só um sonho que se sonha só
Mas sonho que se sonha junto é
realidade”. (prelúdio)