domingo, 11 de maio de 2025

Novo Papa: muito se espera, pouco pode ser feito

Nas estradas do mundo



 

Novo Papa: muito se espera, pouco pode ser feito

Por Pedro Claudio Iporá Goiás, 11 de maio de 2025

Com a chegada do Papa Leão XIV, renova-se a esperança de muitos por mudanças nos rumos da Igreja Católica. A sociedade contemporânea, marcada por fortes transformações culturais e sociais, levanta pautas sensíveis e, muitas vezes, desafiadoras para a tradição da fé cristã. Entre os anseios populares estão o reconhecimento sacramental da união entre pessoas do mesmo sexo, a ordenação de mulheres, a possibilidade de que casais em segunda união recebam o sacramento do Matrimônio, além da abertura do celibato sacerdotal e a ampliação das atribuições dos diáconos permanentes.

Essas questões, intensamente debatidas, não são novas. Ganharam fôlego nos últimos anos, especialmente durante o pontificado do Papa Francisco, que soube conduzir a Igreja com escuta, empatia e abertura pastoral, sem, contudo, romper com os fundamentos da fé. Houve avanços, sim — avanços que se deram “sem sair da casinha”, como muitos costumam dizer. O Papa Francisco plantou sementes importantes de diálogo e discernimento, sempre com atenção à Tradição, ao Magistério e à Palavra de Deus.

A Igreja não caminha por modismos. Seu alicerce não está apenas no clamor das massas ou nas pressões culturais do tempo presente. A Igreja é, antes de tudo, guiada pelo Espírito Santo. Ela escuta seus fiéis — leigos, consagrados, ministros ordenados — nos sínodos e nos espaços legítimos de participação, mas não se precipita. O discernimento e a prudência são marcas de sua história milenar.

Ao contrário de algumas confissões que seguem a lógica do Sola Scriptura, princípio reformador de Lutero, a Igreja Católica se fundamenta na Tradição viva e no Magistério, em constante diálogo com as Escrituras. A Bíblia, sim, é fonte primordial, mas sua interpretação se faz à luz do Espírito, da comunidade e da fidelidade à caminhada de fé que começou com os apóstolos e segue até hoje.

Muitos esperam que o novo Papa promova reformas profundas. No entanto, é necessário lembrar que nem tudo o que a sociedade deseja está em sintonia com a verdade revelada. A Igreja pode acolher, dialogar, refletir e adaptar certas práticas disciplinares, mas jamais comprometerá a integridade do Evangelho. Mudanças já aconteceram ao longo dos séculos — e continuarão a acontecer — mas não ao sabor da modernidade sem norte, e sim sob a luz do Espírito Santo.

Que Deus ilumine o Papa Leão XIV e conduza a Igreja por caminhos de sabedoria, acolhimento e fidelidade. Que saibamos abrir espaço para novos lares, novas formas de presença eclesial, sem nunca nos perder do essencial: o Evangelho de Cristo, fonte de vida, amor e salvação.

Por Pedro Claudio Iporá Goiás, 11 de maio de 2025

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