domingo, 17 de abril de 2016

Opinião Rádio, é preciso lutar, render-se, jamais!

O rádio na opinião de muitas pessoas ainda é o melhor meio de comunicação de massa, apesar da TV, da internet com suas redes sociais e agora whatsapp. O rádio é mais rápido, mais ágil e está presente em quase todos os lares brasileiros. É o companheiro da dona de casa, da empregada doméstica, do caminhoneiro, do homem do campo, enfim, é o veículo de comunicação das massas.
Porém agora, esse veículo de comunicação está seriamente ameaçado, não pelos concorrentes, pelas novas opções de comunicação, mas pelo modo como vem sendo conduzido, trabalhado. É preciso colocar a mão na massa, trabalhar, sair do comodismo.
O rádio encolheu, recolheu-se em um grande comodismo, deixou de ter vida própria e é reprodutor da internet, das redes sociais, da TV e outros meios, e com um agravante: Não tem imagem, o que já é um grande fator desfavorável.
Hoje o rádio, com raras exceções, está dormindo o tempo todo, ocupa-se de difundir músicas, grande maioria de qualidade duvidosa, serve para transmitir discursos religiosos ou políticos, que no mundo atual não atrai muito e deixou de viver a vida da comunidade. Finais de semana e feriados a programação entra no sistema, nada ao vivo, exceto algumas emissoras  que transmitem alguns eventos, estamos numa preguiça sem fim.
Hoje o mundo lá fora está caindo, muitos acontecimentos, tem futebol em todas as cidades, tem os campeonatos regionais, o futebol nacional, tem os esportes especializados, atletismo, natação e muito mais, e o rádio só na música, no que antigamente chamávamos de vitrolão. Tem também os acontecimentos como votação do impeachment de Dilma, a violência no trânsito, os roubos,  furtos e os arrombamentos diários. Esse noticiário não faz parte da vida cotidiana do rádio, só trabalho de estúdio, retransmissão de outras emissoras e tudo mais. Assim não dá, uma frase muito usada por Paulo Henrique Amorim em algumas de suas cronicas.
É preciso repensar o jeito de viver e de fazer rádio, é preciso ser humilde e reaprender, é preciso ouvir o que o povo quer de um rádio, é preciso reencantar-se com o rádio. 
A partir do momento em que quem trabalha no rádio conseguir redescobrir o rádio como um meio de comunicação ágil, vivo, que fale a língua do povo essa realidade pode mudar, mas enquanto isso não acontece vamos em direção ao precipício.
Um outro caminho imprescindível, é a adesão aos meios de comunicação propiciados pela internet, não dá para sobreviver se não tem transmissão on-line da programação da emissora, não dá para sobreviver sem ter um site em que  se transforme o áudio em imagens. É preciso investir nisso.

Então, repetindo: o Rádio precisa viver a vida do povo, sair do estúdio, acompanhar o cotidiano da cidade, debater os problemas locais, regionais e até nacionais, não esquecer do futebol, estar onde o povo está. Enlatados não atrai ouvintes, o povo quer e precisa de proximidade. É PRECISA ATUALIZAR SEMPRE, a notícia de ontem não serve para hoje. 
É precisa ser multimídia, trabalhar com a internet, publicar fotos e videos do dia a dia da rádio como as notícias, o locutor que está no ar.

Finalizo essa reflexão citando Raul Seixas em duas composições:  " Eu que não me sento,  No trono de um apartamento, com a boca escancarada cheia de dentes, Esperando a morte chegar" (Ouro de Tolo) Que sejamos assim em nossas atividades e que tenhamos união para tocar a vida e reverter a situação, mas todos juntos, no mesmo barco remando de modo sincronizado para que ninguém se perca. "  “Sonho que se sonha só, É só um sonho que se sonha só

Mas sonho que se sonha junto é realidade”. (prelúdio)

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